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terça-feira, 18 de novembro de 2008

Marionetes, fim de ano e recordações.


Quando criança, eu me lembro, havia Parque de Diversão itinerante, que passava por minha cidade periodicamente. Eram balanços chamados canoa – duas pessoas sentadas uma em frente à outra , balançando cada vez mais alto, puxando com as mãos uma corda de sisal; eram jogos de argolas; outros brinquedos que giravam vertiginosamente e me deixavam tonto. Mas, minha atenção era sempre para os teatros de marionetes. Seres encantados desfilavam naquele pequeno espaço, como em uma janela aberta para um mundo especial.

Crescemos e passamos a procurar significado para tudo. Assim, descobri, pesquisando, que Boneco de Fio ou Marioneta (em Portugal) ou Marionete (no Brasil), é oriundo do francês "marionette", um boneco manipulado por fios, cabos ou varetas e usado como forma de teatro de fantoches.

As apresentações podem ser feitas em pequenos teatros em formato de caixa, pequenos teatros abertos ou sem nenhum aparato, só o manipulador e o boneco. Esta expressão cultural é conhecida desde a Idade Média, na França e na Sicília. Existe também no Japão, há muito séculos, inicialmente em Osaka. Na China, existe o tradicional Marionetes de Luvas, que são verdadeiras óperas em miniatura.

No Brasil, existem muitos tipos de mariontes, como os do Parque de Diversão, de Praças e em Teatros. Podem ser de fios, varetas ou de luvas; com ou sem recursos cenográficos.A apresentação mais espetacular que eu já assisti – sem considerar as inesquecíveis apresentações no Parque de Diversão de minha infância, foi de um grupo pernambucano, no final dos anos 70, em Buenos Aires. Eles eram tão bons e espetaculares que conseguiram uma temporada na Capital portenha. Era um espetáculo para crianças e adultos, com grande técnica e profissionalismo. Infelizmente não me recordo do nome da companhia teatral.

Eu tenho em casa um conjunto de marionetes de luva, confeccionados por um artesão nordestino. Ainda me lembro, eu gostei dos bonecos em uma feira de artesanato, em Brasília, nos anos 80, e adquiri os cinco bonecos expostos para venda. Conheci o artesão na mesma ocasião e, quando voltei, no dia seguinte para conversar com ele novamente, fiquei sabendo que ele tinha sido atropelado e morto em uma das avenidas da cidade.

Parece que a aproximação das festas de fim do ano traz consigo nostalgia e saudades de pessoas e fatos. Que saibamos sempre transformar cada dia do ano em um feliz dia de Natal.

Luiz Ramos

Foto: ramosforest(c)

sábado, 8 de novembro de 2008

Cecilia Meireles, poeta




Motivo


Cecília Meireles


Eu canto porque o instante existe

e a minha vida está completa.

Não sou alegre nem sou triste:

Sou poeta.


Irmão das coisas fugidias,

não sinto gozo nem tormento.

Atravesso noites e dias

no vento.


Se desmorono ou se edifico,

se permaneço ou me desfaço,

- não sei, não sei. Não sei se fico

ou passo.


Sei que canto. E a canção é tudo.

Tem sangue eterno a asa ritmada.

E um dia sei que estarei mudo:

- mais nada.


in: A Literatura Brasileira Através dos Textos – Massaud Moisés - ed. Cultrix – São Paulo, 1971

Foto: ramosforest©

sábado, 1 de novembro de 2008

Flores contra a contaminação. Flowers against pollution


Sorry. For My World click on above.





Please, try to translate my post. It is about vineyards where roses are employed as biological monitor against pollution.

A roseira e os bioindicadores naturais.

Bioindicadores é uma terminologia empregada para indicar plantas - como organismos ou comunidades, cujas funções vitais se correlacionam tão estreitamente com determinados fatores ambientais, que podem ser empregados como indicadores na avaliação de uma determinada área, visto que esses organismos, como indicadores de alterações ambientais, reagem mais rapidamente do que o homem frente às toxinas ambientais. A compreensão das interações e estruturas dos ecossistemas é a base da prática do uso de bioindicadores e biomonitores.

O conceito bioindicadores é usado para definir reações - dependentes de uma variável temporal a um fator ambiental antrópico, manifestadas através de respostas mensuráveis provenientes de um objeto ou sistema biológico. A bioindicação trata do reconhecimento do efeito de um fator ambiental.

Considerando que um organismo pode apresentar em si mesmo uma cadeia de reações a um fator antrópico, chamamos de bioindicação primária a primeira reação de um organismo a um fator antrópico, as demais reações são denominadas como bioindicação secundária.

Um dos atributos do organismo vivo é a sua habilidade de responder a estímulos e poluentes ambientais podem se caracterizar como estímulos e provocar respostas nos organismos vivos. Esta peculiaridade pode ser empregada como critério ou indicação na determinação da presença de poluentes no meio ambiente.

No monitoramento da poluição do ar, o biomonitor exerce o papel mais importante entre os indicadores biológicos. Os caminhos através dos quais o organismo responde à sua exposição a poluentes pode ser observada ou medida em termos bioquímicos ou fisiológicos. Considera-se que o surgimento de danos visíveis em uma planta deva ser precedido de alterações metabólicas, a detecção prévia das alterações metabólicas seria então vantajosa. Um número considerável de espécies vegetais é usado em monitoramento biológico, um dos motivos para isso é que elas atendem a vários requisitos de um indicador biológico. Suas vantagens são a facilidade na manipulação e tratamento; a facilidade de padronização; as condições que provocam respostas são bem conhecidas; não são caros; as respostas são facilmente avaliadas; os efeitos da poluição são óbvios e quantificáveis; as respostas podem ser avaliadas estatisticamente.

O uso de bioindicadores para estudos de qualidade de água se amplia e traz bons resultados. A poluição, os esgotos, desmatamentos, lixo doméstico e de indústrias são algumas causas da contaminação de rios e bacias fluviais e desperta a necessidade de monitorar a qualidade da água, proteger, conservar e recuperar os recursos hídricos e os solos.

Nas vinícolas, por exemplo, roseiras são utilizadas como bioindicadores para preservação e monitoramento das parreiras de uvas (vide foto de uma vinícola em Bento Gonçalves – Rio Grande do Sul). As roseiras, por suas características, sofrem com as alterações ambientais antes mesmo que as videiras sintam os efeitos negativos da possível contaminação pelo ar, pelo solo, por agentes químicos ou biológicos. Assim, providencias contra contaminações do ar ou do solo podem ser tomadas no devido tempo. Com esse processo de bioindicadores, ganha a produção de uvas e a estética dos parreirais, que ostentam lindos roseirais floridos.

Luiz Ramos©

Resumo de trabalho de pesquisa durante Curso de Gerenciamento Ambiental – PUC Rio-2003.
Photo: ramosforest(c)

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