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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Divagar


1,2,3... Divagar


Um ponto no Universo

Uma luz no firmamento

Um som na rádio local

Um caso em sede policial


Dois pontos explicam o assunto

Duas luzes são um caminhão

Dois sons são uma harmonia

Dois casos complicam o cidadão.


Três pontos não encerram o assunto

Três luzes são sinal para o atento

Três sons são quase canção

Três casos já formam coleção.


Um, dois, três... início do conto

Motivo pra sobre nada falar

Pode ser como ritmo militar

Ou do final, a grafia, o ponto.


Luiz Ramos©2007


Foto:ramosforest©

domingo, 15 de novembro de 2009

Mil contos e mil e quinhentos caracteres


Mil contos e 1500 caracteres.
O branco e a negra.


Um conto de réis era muito dinheiro. Com mil contos de réis meu bisavô comprou uma fazenda com uma porção de alqueires e não sei quantas cabeças de gado. Lembro-me, quando criança, eu visitava aquela antiga casa de fazenda construída por portugueses vindos da Terrinha por volta de 1850.

A sede da fazenda era construída sobre alicerces de pedra a uma altura de dois metros. A construção destacava-se, imponente, com os seus vinte quartos, três salas de banho, três salas sociais - uma de refeição, outra para recepções e uma terceira para reuniões menores com um belo altar em madeira de lei, além de duas cozinhas. Toda a construção era em forma retangular com um centro em vão livre e ocupado, no solo, por animais, empregados e agregados em afazeres diários.

Meu bisavô tinha quatro filhos e três filhas do seu primeiro casamento, do qual eu sou descendente. E mais duas filhas e um filho do seu segundo casamento, além de um filho que ele teve com uma empregada da fazenda, de cor negra, durante o seu segundo enlace oficial.

- Meus filhos terão minha herança, resultado de meu suor. Mas, precisam trabalhar a terra para saber o valor dos seus bens - dizia aquele homem rude, mas sábio em seus atos e palavras.

Atualmente, quando passo pela região da fazenda do meu bisavô, eu não vejo mais sinais da imponência da sede de fazenda e tampouco aquela enorme propriedade rural. Tudo foi vendido e transformado em uma próspera cidade do interior do estado do Rio de Janeiro.

Luiz Ramos©

PS. – O meu desafio foi escrever um conto em 1500 caracteres. Posteriormente este texto foi publicado como miniconto com cerca de trezentos caracteres.

Foto: ramosforest©

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Passivo ambiental


Passivo ambiental

Environmental Accounting (use Google translator)

Existe, culturalmente, uma aparente divergência entre desenvolvimento e meio ambiente. Historicamente, a natureza foi reconhecida como recurso a ser utilizado pelo homem em beneficio próprio e para movimentar a economia das sociedades. A partir das pesquisas sobre energia nuclear, nos anos da Segunda Grande Guerra Mundial, surgiu a preocupação com os efeitos do uso indiscriminado dos recursos naturais, ao mesmo tempo em que novos pólos de poder se institucionalizavam no âmbito internacional. Neste contexto, surgiram o Clube de Roma, a Guerra Fria, a OTAN, o movimento a favor da Paz e as idéias sobre preservação dos recursos da natureza.

Em 1972, de uma Conferência das Nações Unidas, surgiu a Convenção de Estocolmo sobre Meio Ambiente. Em meados dos anos 80, em vista dos conflitos criados entre desenvolvimento e meio ambiente, surgiu a teoria de desenvolvimento sustentável.

No Brasil, na década de 70, o estado do Rio de Janeiro já esboçava sua Secretaria de Meio ambiente, enquanto, nos anos 80, no âmbito nacional, era publicada a Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, sobre a Política Nacional do Meio Ambiente. De grande importância, foi a realização no Rio de Janeiro, em 1992, do maior evento já realizado sobre meio ambiente e qualidade de vida, a ECO RIO 92.

No Brasil e no Mundo, a preocupação com os usos dos recursos naturais foi criando uma nova consciência sobre utilização, conservação e preservação do meio ambiente. A natureza e seus recursos deixaram de ser um bem infinito e de uso livre pelo homem e passaram a ser considerados, em geral, como recursos finitos e de responsabilidade coletiva. Nesta coletividade estão incluídos os cidadãos, as associações, as empresas e o Estado.

As atividades econômicas e seus efeitos sobre o meio ambiente são temas mundialmente discutidos. Legislações específicas, disciplinadoras de atividades econômicas potencialmente poluidoras, são criadas para evitar, compensar ou minimizar seus impactos ambientais negativos. Um dos instrumentos que surge na gestão ambiental de uma empresa é o Passivo Ambiental, que em Contabilidade significa as obrigações da empresa com terceiras pessoas. O passivo ambiental de uma empresa são os danos causados ao meio ambiente, é a responsabilidade social da empresa em seus aspectos ambientais, em seu sentido mais amplo.

Assim, o compromisso da empresa com seus fornecedores, com sua planta industrial e com seus clientes está calcado em sua responsabilidade com o meio em que exerce suas atividades. Meio este em seu sentido amplo: produtos, empregados e seus familiares, fornecedores, clientes, consumidores, vizinhos, a região em que se localiza, bem como o país e o planeta.

O passivo ambiental é representado pelos danos ambientais gerados e o ativo é representado pelos bens e direitos, incluídos as aplicações de recursos para recuperação de danos ambientais e investimentos em tecnologia que visem à prevenção, interrupção ou eliminação de processos de degradação ambiental. O Balanço Social, que inclui o passivo ambiental é, atualmente, um importante instrumento nas avaliações da saúde financeira de empresas, pois previne a responsabilidade e as obrigações legais oriundas da legislação ambiental.

O Balanço Social é de grande importância para as empresas, tanto que o Conselho Regional de Contabilidade do Estado do Rio de Janeiro, em sua Convenção Anual de 2006, escolheu e discutiu durante três dias o tema: Balanço Social e Meio ambiente.

Mesmo que seja por motivos econômicos, o empresário esclarecido sabe que sua empresa deve seguir normas que destaquem sua responsabilidade social. Sob este ponto de vista, não haverá conflito entre desenvolvimento e meio ambiente.

Luiz Ramos© 2007

Foto:ramosforest©

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Soneto



Correm turvas as águas deste rio,

que as do céu e as do monte as enturbaram;

os campos florescidos se secaram,

intratável se fez o vale, e frio.


Passou o verão, passou o ardente estio,

uas cousas por outras se trocaram;

os fementidos Fados já deixaram

do mundo o regimento, ou desvario.


Tem o tempo sua ordem já sabida.

o mundo, não; mas anda tão confuso

que parece que dele Deus se esquece.


Casos, opiniões, natura e uso

fazem que nos pareça desta vida

que não há nela mais que o que parece.


Luís Vaz de Camões

(Sonetos de Camões – Ed. Ateliê Editorial 4º. Edição – 2007 – São Paulo)

Foto: ramosforest©

domingo, 1 de novembro de 2009

Vôo branco - White flight


Melhor visão, ampliada

Que nossos propósitos sejam vigorosos e poéticos como o vôo dessa ave.
_______________

Best wishes as strong and poetic as that bird flight is.

Luiz Ramos

Foto:ramosforest)(c)

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