Páginas

Mostrando postagens com marcador Poesia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Poesia. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Poesia - Contabilidade


Contabilidade


Um Fluxo de Caixa

Análise financeira

Um Fluxo de Amor?

Planejamento

De Entradas e Saídas

de emoções

Auxílio

a Antecipadas decisões

Verificação

de Amores disponíveis

Planejamento

de Envolvimentos

Avaliação antecipada

Compromissos

Estratégias

Ingressos de emoções

Saídas de tristezas

Saldos em sorrisos

Oportunidade

de troca de olhares

Reposição

de amores

Promoções

de carinhos

Objetivo:

Melhoria

do negócio afetivo

das emoções

das relações.

Resultado: Insolvência


Luiz Ramos©2008

Foto:ramosforest©


terça-feira, 20 de julho de 2010

Inverno redimido


Inverno redimido

Domingo
Inverno
Deprimo.

No ar
Névoa
Acalanto da terra
Na alma
Horizonte
Apenas oculto

Domingo
Alegria
Inverno
Doce letargia

Deprimo
Em mim
Não pelo domingo
De Inverno
Prenúncio de Primavera

Domingo
Inverno
Alegria
Doce letargia
Prenúncio de Primavera

Luiz Ramos ©2007


Foto:ramosforest©

sábado, 3 de julho de 2010

Borges


James Joyce


De Jorge Luis Borges (“Elogio da Sombra”)


Em um dia dos homens estão os dias

Do tempo, desde o inconcebível

Dia inicial do tempo, em que um terrível

Deus prefixou os dias e agonias,

Até aquele outro em que o ubíquo rio

Do tempo terrenal torne a sua fonte,

Que é o Eterno, e se apague no presente,

no futuro, no passado o que agora é meu.

Entre a aurora e a noite está a história

Universal. Do fundo da noite vejo

A meus pés os caminhos do hebreu,

Cartago aniquilada, Inferno e Glória.

Dá-me, Senhor, coragem e alegria

Para escalar o cume deste dia.


Foto:ramosforest©

domingo, 6 de junho de 2010

O que é poesia?


O que é poesia?(*)

Este nosso Concurso Literário do GO está provocando novas e sérias dúvidas em minha noção do que seja um poema.

O que seria prosa? E poesia? Poesia é só o que apresenta emoção explicita? Só é poesia se falar de amor e sentimentos extravasados ou reprimidos? Só é poesia se a natureza for vista como um mundo encantado e onírico? A preocupação com o técnico e com a técnica desqualifica o poema?

Para tanto, busquei esclarecimentos em pessoas como Bruno Tolentino (citado por José Aloise Bahia) e Marcelo Tápia, em Cronocópios, local na Internet indicado por Ana Guimarães. Pesquisei, também, Ezra Pound, em ABC da Literatura (ed.Cultrix).

Bruno Tolentino considera que, com relação à poesia, não se deve indagar para o que ela serve, nem quais as suas funções. E que “não é provável que a função poética, existindo sempre, desde que existe a fala, tenha sido sempre um engano ou uma perda de tempo. Obviamente não é uma perda de tempo”.

Tolentino cita uma tese sobre os quatro estágios do discurso em Aristóteles que nos ajuda a compreender sobre a natureza da poesia, pois não há outro modo de conhecer o mundo, através da linguagem, senão por meio de uma mitopoética. A retórica, a dialética e a lógica de Aristóteles completam o processo que nos indica como organizar a linguagem de maneira inteligível.

Tolentino considera, ainda, que a poesia vem antes que a prosa como forma de linguagem. “Mas, o espírito de prosa vai aos poucos aparecendo. O espírito de prosa chega muito tarde na humanidade. E já chega quando a humanidade está se tornando repetitiva, redundante e perigosa. Quer dizer, quando o negócio está ficando cada vez mais impositivo, onde há cada vez menos perplexidade diante das coisas, existe cada vez mais certezas e ninguém parece acertar o passo”.

Para Tolentino, não existe civilização nenhuma em que essa mitopoética não tenha se manifestado; que esse primeiro momento de percepção não tenha sido manifestado em linguagem, a poesia, a poiésis do grego - o fazer novo”, que existiu tanto no meio dos chineses como dos hindus; em geral, no meio das grandes civilizações.

Segundo Marcelo Tápia, ao questionarmos a existência da poesia, teremos dois caminhos: ou responder, de imediato, com um simples e indignado “sim”, ou iniciar uma discussão que certamente não cabe nos limites de um texto simples.

Tápia cita que, segundo Ezra Pound os poemas podem ser classificados como “logopéias” - as modalidades de poesia que enquadra os textos analisados naquela categoria em que prevalece a “dança do intelecto entre as palavras”; a “melopéia”, que compreende a prevalência da musicalidade sobre outros aspectos; e a “fanopéia” - quando há prevalência da força das imagens.

Assim, a qualificação de um texto dependeria de uma época ou comunidade, pois o poético é, na verdade, uma estratégia de leitura, uma maneira de ler e, não, um conjunto de propriedades estáveis que objetivamente encontramos em certos textos - conforme Rosemary Arrojo, citada por Tápia.

Pensando em interpretação, construção e desconstrução - conforme Tápia, assim como em Ezra Pound e outros estudiosos, ao ler um texto “poético”, buscamos dimensões de sentido compatíveis com a própria idéia de poema, como a ambigüidade, que pode dar origem a um sentido inesperado, insólito; buscamos um texto em que todos os seus elementos devem ser considerados - conjunto de associações, no processo interpretativo. É possível, assim, alcançar conclusões diversas e também verdadeiras, ao se considerar que não há, do ponto de vista da desconstrução, verdade original ou estável.

É preciso estar preparado para observar os elementos não-verbais do texto, que formam sua estrutura rítmica e sonora. Faz-se necessário buscar no poema mais do que ele quer expressar, para realizar uma sua leitura poética, assim assimilando a função poética da linguagem. A função poética da linguagem compreende a percepção de um contexto com códigos não verbais, como os musicais, os visuais, os gestuais. São as formas, que estão muito além do conteúdo. É preciso ler poesia como poesia, indo além da estética tradicional da prosa.

E, assim, eu continuo buscando, como se me iniciasse lá pela mitopoética, para alcançar a dialética, a retórica e a lógica; para bem entender as logopéias, as melopéias e as fanopéias. E, então começar a compreender o mundo dos poetas.

Luiz Ramos©2008

(*)Texto publicado em 2008 no extinto Globoonliners.

Foto: ramosforest©


terça-feira, 1 de junho de 2010

Quero


Quero

Quero escrever, a caneta falha.
Viver, a vida me atrapalha.
Chorar, eu ainda não consigo.
Reagir, algo se passa comigo.

A caneta falha, eu não consigo escrever.
Busco encontrar coisas, fatos, amigos.
A tinta borra o papel que se rasga.

Atrapalha-me a necessidade de viver.
A sensação de tempo a passar,
De vida vivida e que não voltará.

Não consigo nem mesmo chorar
Chorar é da vida se rebelar?
Ou à sorte talvez se entregar?

Quero escrever, algo se passa comigo
Tudo parece de um tribunal um castigo.
Quando, da vida, essa rima quebrar?

Luiz Ramos©
Foto/Arte:ramosforest©

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Brilhantes


Brilhantes


Gotas translúcidas, orvalho,

Aparência de brilhantes

Da natureza um trabalho


Preservadas sobre folhas

Regaços aconchegantes.

Pequenas jóias ou bolhas?


Luiz Ramos©2008


Foto: ramosforest©

LinkWithin

Blog Widget by LinkWithin