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sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

NO TEMPO DA MARIA FUMAÇA




NO TEMPO DA MARIA FUMAÇA


Hoje, 30 de junho de 2007, no Brasil, 43% dos vôos nacionais e internacionais sofreram atrasos. Até o final dos anos de 1950, o interior do Brasil era servido por uma pujante rede de ferrovias. A economia daquela época escoava por todo o país sobre trilhos das estradas de ferro.


As linhas dos trens faziam parte da paisagem da maioria dos municípios brasileiros, transportavam as riquezas e criavam riquezas por onde passavam. No inicio dos anos de 1960, foi decretada a morte, não sempre de modo lento, da malha ferroviária nacional.

Vale recordar que o então Distrito Federal e o então estado do Rio de Janeiro, que hoje formam o estado do Rio de Janeiro, como outros estados da federação, possuíam uma importante rede de comunicação ferroviária. Vejam só:


LINHA AUXILIAR: (*)


A chamada Linha Auxiliar foi construída pela Estrada de Ferro Melhoramentos, a partir de 1892, e, em 1898, foi entregue o trecho entre Mangueira (onde essa linha e a do Centro se separam) e Entre Rios (Três Rios). O traçado da serra, construído em livre aderência e com poucos túneis, foi projetado por Paulo de Frontin, um dos incorporadores da estrada. Em 1903, a E. F. Melhoramentos foi incorporada à Estrada de Ferro Central do Brasil e passou a se chamar Linha Auxiliar.


Ferrovias foram incorporadas a ela, assim como ramais construídos, dando origem à Rede de Viação Fluminense, que tinha como tronco a Linha Auxiliar, sendo tudo gerido pela Central. Na mesma época, o ramal de Porto Novo, que saía de Entre Rios, teve a sua bitola estreitada para métrica e tornou-se a continuação da Linha Auxiliar até Porto Novo, onde se entroncava com a Leopoldina. No final dos anos 1950, este antigo ramal foi incorporado à Estrada de Ferro Leopoldina e a Linha Auxiliar passou a terminar de novo em Três Rios, onde havia baldeação.


A linha, entre o início e a estação de Japeri, onde se encontra com a Linha do Centro pela primeira vez, transformou-se em linha de trens de subúrbios, que operam até hoje; da mesma forma, a linha se confunde com a Linha do Centro entre as estações de Paraíba do Sul e Três Rios, onde, devido à diferença de bitolas entre as duas redes, existe bitola mista. Nos anos 60, toda a linha passou para a Leopoldina. A linha da Auxiliar teve o traçado alterado nos anos 1970 quando boa parte dela foi usada para a linha cargueira Japeri-Arará, entre Costa Barros e Japeri, ativa até hoje, bem como para trens metropolitanos entre o Centro e Costa Barros. Entre Japeri e Três Rios, entretanto, a linha está abandonada já desde 1996.

(*) http://www.estacoesferroviarias.com.br/rj_alfa.htm


Hoje, 30 de junho de 2007, as estações ferroviárias de passageiros do interior, que foram abandonadas após a decisão de se trocar o transporte ferroviário pelo transporte rodoviário e pelo aéreo, viraram museus ou estão destruídas. Além disso, descartou-se o transporte de cabotagem, com todo esse litoral brasileiro.


Atualmente, a economia brasileira escoa por rodovias intransitáveis e os clientes de companhias aéreas se desesperam após horas e dias de espera nos aeroportos por uma viagem de poucas horas. A tecnologia de transporte virou logística, mas a eficiência do setor retrocedeu. Agora, entre Rio e São Paulo, fala-se em “Trem Bala”...



Este meu texto foi publicado em 2007 e, por ainda representar uma coisa do meu Brasil em busca de solução, trago-o para conhecimento de Vocês.


A foto que ilustra esta postagem é de uma das pontes sobre um córrego, em Três Rios, no estado do Rio de Janeiro, na chamada Linha Auxiliar acima referida. Essas obras de engenharia ferroviária, a maioria abandonadas, são vestígios da época de pujança das ferrovias brasileiras e as autoridades têm o dever de preservá-las, por sua história e sua arte.


Foto:ramosforest©

13 comentários:

Dulce Miller disse...

Obrigada pela visita, seu post também ficou muito bom!!! Adoro essas blogagens principalmente pela aproximação que proporciona aos blogs!
Seja sempre bem-vindo!

Anônimo disse...

Oi, Luiz! Obrigada por participar da coletiva. O abandono citado por você é reflexo do quanto valorizamos nossa história.

Anônimo disse...

Nossa adorei sua publicação e mais além gostei muito do seu blog.
Como o colega disse, realmente as blogagens nos aproximam de um universo.
Um grande abraço.
E valeu pela dica.Nas proxímas férias quem sabe hehehe

Anônimo disse...

Olá caro amigo Luiz Ramos, obrigado pela gentil visita e os elogios ao meu pequeno cantinho aqui no pé da serra. Pois é o abandono e desrespeito é terrível com a nossa história. Na minha humilde opinião, o transporte ferroviário está ao abandono em nosso país, precisa ser urgentemente incrementado.
Muita luz, paz e inspiração em sua vida.

Forte abraço

caurosa

Serena Flor disse...

Esta blogagem está nos dando a chance de conhecer o nosso Brasil, tão pouco conhecido por nós brasileiros e também a chance de conhecer novos amigos e isto é muito bom! Beijos e parabéns pelo seu post...ficou ótimo!

Ynot Nosirrah disse...

Obrigado pela visita.
Seu texto me faz lembrar o quanto o governo quebrou a cara em supervalorizar o setor automobilístico e rodoviário.
Me faz lembrar também que tive um "Ferrorama" na infância.

Ivani disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ivani disse...

Olá!
Também participei da blogagem coletiva. Estou visitando os demais participantes, isso tem sido uma maneira deliciosa de conhecer melhor esse país e outras pessoas.
Meu avô trabalhava em uma estação de trem que ficava em um sítio, para nós, crianças, era fascinante ver o trem passar. Lembro-me que há uns 20 anos assinei uma lista para que não abandonassem a ferrovia... Enfim, adorei a sua postagem, quem sabe um dia essas autoridades acordem...
Parabéns!
Ivani

Vicky MundoAfora disse...

Cada vez que entro num trem na Europa, aquele continente minúsculo, eu sinto muita raiva do que foi feito com as ferrovias do nosso Brasil. Um País de proporcoes continentais, e o transporte sendo feito por rodovias é um retrocesso, um atraso, para nao citar o anti-ecológico. Será que um dia teremos o nosso desenvolvimento de volta?

Sonia H. disse...

Luiz,
Primeiramente gostaria de agradecer a visita!
Parabéns pela postagem. Como lamento a decadência da malha ferroviária. Fico imaginando como seria maravilhoso viajarmos de trem por este Brasil afora, como é na Europa...
Um abraço,

Anônimo disse...

Maria Fumaça lembra minha infância, as viagens para a chamada cidade grande e a diversão de ver o trem.

Vanessa Anacleto disse...

Olá, eu tb fiz parte desta coletiva e estou terminando de conferir os posts. Parabéns, bela lembrança de algo tão importante para a economia e cultura do Brasil.

Abraço

Joice Worm disse...

FELIZ NATAL, Luiz!!
Achas que ia me esquecer de ti??
Quando gosto de alguém. Gosto de verdade.
Venho para lhe desejar muitas alegrias, meu querido...
Muac!

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