Com as chuvas dos últimos dias, com os ares de tardio inverno, com os céus repletos de nuvens escuras e ventos frios, setembro faz-me lembrar do meu poema abaixo:
Estações em cerimonial procissão
Ventos gélidos sopram do Sul Antártico.
Como gaivota em vôo fantástico,
Em rasantes, nuvens baixas ameaçam,
E, levadas pelos ventos, da Antártida se afastam.
Pingüins, aos milhares, buscam águas cálidas.
Em pleno Atlântico, marinhas criaturas -
Lobos, pingüins e baleias, seguem perfiladas.
Correntes, nuvens e ventos rumam para o Norte
Em cerimonial procissão.
Cálidos ventos marinhos sopram para Leste.
Desde o Pacífico Oceano, águias em alto plano,
Como as nuvens surgidas no Oeste,
Em busca de rumo no Atlântico Netuno.
El Niño e La Niña brincam, sobre as águas e ares.
Os ventos se enfurecem em busca de sua sorte;
Os pingüins, aos milhares, buscam cálidas correntes,
No sentido Sul / Norte.
As correntes aéreas e marinhas, cálidas e glaciais,
Encontram-se, fundem-se, revolvem terras e abissais,
Ultrapassam um Porto Alegre, Babitonga e Ilha Bela.
Capricórnio, clima temperado, uma semente abrolha,
Uma flor desabrocha. É setembro. É Primavera.
© Luiz Ramos
outubro de 2007
Foto:ramosforest(c)
4 comentários:
Luíz, ficou super original um poema que fala dos últimos acontecimentos relativos ao tempo. O tempo passa, o tempo voa e continua tudo igual! (rs*) Bom feriado! Beijus
So pretty Luiz!
Lindo o seu poema... A natureza se expressando...
Ótimo lembrarmos da primavera, desde algum tempo as pessoas passaram a virar o pescoço para perceber a nova estação. A renovação da nossa vida, através da natureza, assim como o ciclo da lua. Parabéns pelo texto poético. Abraços.
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