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sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Chuvas de Verão e deslizamentos - Summer rains and mudslides


Escoregamentos - Mudslides


Quando o inverno começa a dar sinais de que vai embora, eu começo a me preocupar. Este tema é tão preocupante que tem sido tratado até nas Nações Unidas.


A nível mundial, pode-se constatar um incremento dos acidentes naturais ao longo do tempo. Isto se deve em grande parte ao crescimento populacional e à expansão desordenada da urbanização. Nos últimos anos os acidentes naturais provocaram grandes perdas humanas e expressivos prejuízos materiais. No âmbito nacional, algumas iniciativas têm sido tomadas para minorar e prevenir os deslizamentos.


1. No Brasil, a grande maioria dos escorregamentos ocorre nos meses de verão (dezembro a março), destacando-se o mês de janeiro e fevereiro. Estes aspectos do clima tendem a variar de acordo com as mudanças climáticas, cada vez mais instáveis, em função dos fenômenos climáticos El Niño e La Niña.


Por isso, faz-se necessária a manutenção de taludes estabilizados através de obras de contenção. A falta de manutenção das obras de contenção é um importante fator que contribui para os acidentes em encostas, pois muitos deslizamentos são provocados pela infiltração de água nas encostas e pela erosão do solo durante fortes chuvas. Se as tubulações subterrâneas para transporte de água ou esgoto vazarem, também poderão provocar deslizamento de terra e, por isso, deverão também sofrer manutenção.


As inspeções rotineiras de manutenção devem ser realizadas pelo menos uma vez ao ano. Quaisquer obras de manutenção necessárias devem ser concluídas antes do início da temporada de chuvas.


Inspeções de engenharia e manutenções rotineiras são imprescindíveis para garantir a segurança dos taludes com obras de contenção. Somente quando a manutenção for feita na encosta ou no muro de contenção do modo especificado pelo engenheiro geotécnico e implementadas com suas recomendações, incluindo a avaliação de estabilidade e obras de melhoria, o talude poderá ser considerado em condições seguras.


Proprietários privados são responsáveis pelos taludes e obras de contenção dentro de seus terrenos. Em certas condições, os proprietários também podem ser responsáveis pela manutenção de taludes e obras de contenção adjacentes ao terreno.


2. Risco nas encostas deve ser estudados e monitorados para prevenir acidentes com moradores de comunidades carentes em encostas. Assim, atividades específicas devem ser evitadas, pois são causas de deslizamento, a saber:


- escavar ou aterrar as encostas.

- destruir a vegetação dos morros.

- jogar lixo nas encostas.

- ocupar áreas com suspeitas de risco, apresentando trincas ou afundamentos do terreno ou próximas de blocos de rocha.

- construir ou jogar lixo sobre valas de escoamento de água.


Algumas providências preventivas podem diminuir o risco de acidentes:

- verificar sempre se o sistema de escoamento de águas está livre.

- suspeitando de perigo e havendo obras, solicitar uma vistoria ao órgão público responsável.

- suspeitando de perigo e não havendo obra no local, telefone para a Defesa Civil para uma vistoria.

- se você mora abaixo de depósito de lixo, de barrancos, de pedras amontoadas no caminho natural das águas, abandone o local nos dias de fortes chuvas e dirija-se a local seguro.

- se você mora em local seguro, abrigue as pessoas que moram em locais de risco, quando houver chuvas contínuas e fortes.

- acompanhe as chuvas e verifique o risco de deslizamento na sua área através dos serviços de informações meteorológicas e geológicas.


Preocupe-se com seu imóvel, com sua vizinhança, com as comunidades carentes de sua cidade. E que tenhamos um verão sem notícias de tragédias por causa de fenômenos naturais e outros provocados pelo homem.


Fonte: Monografia - Avaliação Geoambiental de Bacia Hidrográfica – Luiz Ramos da Silva Filho – PUC RJ - 2003

Foto: ramosforest(c)

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Web 2.0 e os Indicadores.


Estudo sobre a qualidade e a quantidade das extremidades superiores dos bípedes, em especial os dedos indicadores. Web 2.0


Este meu texto foi publicado em 2007.

Ao Carlos Nepomuceno


Como dissemos, a mão é a parte final de cada extremidade superior, também chamado braço, principalmente nos mamíferos bípedes; e que um dos dedos mais importantes é o indicador e, na evolução das espécies, os dedos tendem a se atrofiar e restarão somente o polegar e o indicador proeminente, que se fundirá com o dedo médio.

A importância da mão na cultura humana, representado o órgão que detem o poder, está presente em expressões, provérbios e símbolos, como “mão de ferro”, “manu militari”. Do mesmo modo, a mão representa justiça, equidade, injustiça, amor, ódio, como nas expressões “uma mão lava a outra”, “a mão direita não deve saber o que a esquerda faz”, “diferentes como os dedos das mãos”,”unha e carne”, “a mão que balança o berço”.

O corpo humano e a mão, em especial, são muito parecidos com uma instituição corporativa e estão sujeitos a normas, regulamentos e leis. Assim é que os movimentos da mão humana são realizados por dois conjuntos de músculos, os intrínsecos, que se encontram na própria mão, e os extrínsecos - os flexores e extensores longos, que se encontram no antebraço. As leis da física, a mecânica; os principios sobre movimentos de Newton e de Galileu, todos buscam explicar as leis que também regem os movimentos das mãos . Os dedos das mãos exercem funções incríveis e necessárias ao bom funcionamento de todo o sistema do corpo. Assim é que o dedo mínimo serve para auxiliar os demais e para demonstrar que ficou “de mal”ou “fez as pazes”; o dedo anular, carrega as alianças afetivas e comerciais; o dedo médio, contrabalança as atividades dos demais e deve orientar e coordenar, como um chefe; o dedo indicador, tem a função de indicação de tendências, de qualidades e de quantidades.

O indicador utiliza todos os principios filosóficos e empresariais aqui citados e é influenciado por todos os sentimentos humanos, como a virtude e os vícios,. Do mesmo modo, o indicador pode se deixar influenciar pelo bem comum ou pelo seu bem pessoal ou de seus relacionados mais próximos.

Uma instituição corporativa tem características como planejamento empresarial, processo de produção, relacionamento com os clientes e fornecedores, política de recursos humanos, normas de segurança, normas sanitárias, relações sociais. Como instituição, a mão e seus dedos estão sujeitos a normas similares a controles sociais, como a ética.

A ética tem sido estudada desde a Antigüidade grega através de Aristóteles (384 - 322 a.C.) com suas idéias sobre a ética e as virtudes éticas. Na Grécia porém, mesmo antes de Aristóteles, já se podia identificar sinais de preocupações com os problemas morais. Os filósofos pré-socráticos já realizavam reflexões de caráter ético, ao buscar entender as razões do comportamento humano. Sócrates (470-399 a.C.) considerou o problema ético individual como o problema filosófico central e, a ética, como sendo a disciplina em torno da qual deveriam girar todas as reflexões filosóficas. Para ele ninguém pratica voluntariamente o mal. Somente o ignorante não é virtuoso, e só age mal, quem desconhece o bem, pois todo homem quando fica sabendo o que é bem, reconhece-o racionalmente como tal e necessariamente passa a praticá-lo. Ao praticar o bem, o homem sente-se dono de si e conseqüentemente é feliz.

A virtude seria o conhecimento das causas e dos fins das ações fundadas em valores morais identificados pela inteligência e que impelem o homem a agir virtuosamente em direção ao bem. Platão (427-347 a.C.), ao examinar a idéia do bem à luz da sua teoria das idéias, subordinou sua ética à metafísica. Sua metafísica era a do dualismo entre o mundo sensível e o mundo das idéias permanentes, eternas, perfeitas e imutáveis, que constituíam a verdadeira realidade e tendo como ponto alto a idéia do Bem. Para Platão a alma - princípio que anima ou move o homem - se divide em três partes: razão, vontade (ou ânimo) e apetite (ou desejos). As virtudes são função desta alma, as quais são determinadas pela natureza da alma e pela divisão de suas partes. Na verdade ele estaria propondo uma ética das virtudes, que seriam função da alma.

Pela razão, faculdade superior e característica do homem, a alma se elevaria mediante a contemplação ao mundo das idéias. Seu fim último é purificar ou libertar-se da matéria para contemplar o que realmente é e, acima de tudo, a idéia do Bem. Para alcançar a purificação é necessário praticar as várias virtudes que cada parte da alma possui. Para Platão cada parte da alma possui um ideal ou uma virtude que devem ser desenvolvidos para seu funcionamento perfeito. A razão deve aspirar à sabedoria, a vontade deve aspirar à coragem e os desejos devem ser controlados para atingir a temperança. Cada uma das partes da alma, com suas respectivas virtudes, estava relacionada com uma parte do corpo. A razão se manifesta na cabeça, a vontade, no peito e o desejo no baixo-ventre. Somente quando as três partes do homem puderem agir como um todo é que temos o indivíduo harmônico. A harmonia entre essas virtudes constituía uma quarta virtude: a justiça.

Justiça é dar a cada um o que por direito lhe pertença. Platão concebia a justiça como harmonia; para Aristóteles, a justiça é algo que se deve uns aos outros. No Contrato Social, Rousseau considera justiça um sistema de legislação a serviço da liberdade e da igualdade. Kant compara a justiça ao livre arbítrio. John Rawls considera a justiça como a primeira das virtudes das instituições sociais.

Vale ressaltar que corpo humano, e a mão em especial, são muito parecidos com uma instituição corporativa e estão sujeitos a normas, regulamentos e leis. Assim, a mão e seus dedos, com suas funções, devem ter em conta os objetivos para os quais a natureza os criou. Do mesmo modo, as instituições corporativas, para exercitarem sua responsabilidade corporativa e socioambiental e alcançarem o bem comum, devem considerar os princípios da ética e da justiça.

Luiz Ramos©2007

Foto/Arte: ramosforest(c)

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

O Tempo


O Tempo


Viajo rápido no tempo

Corro pelas alamedas

Árvores centenárias

Palmeiras imperiais


Corro pelas alamedas

Em busca do passado,

Perdido no tempo,

Em tons de sépia


Árvores centenárias

Adornam meu retorno

No tempo, não no espaço.

Busco algo, impreciso.


Palmeiras imperiais

Símbolos de outras épocas

Resistentes a tempestades

Como eu costumo resistir.


Luiz Ramos ©


Setembro de 2008.

Foto: ramosforest ©

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Sky Watch Friday




Biodiversidade e Tradição: Plantas



Brasília, DF
City built in Cerrado region


A região do Cerrado e suas riquezas naturais.
Ervas medicinais e Biodiversidade.


Biodiversity and Tradition: Brazilian Herbs (Use Translator, please)

Os novos rumos para a conservação e preservação são marcados por uma mudança de postura diante do conhecimento e práticas das comunidades locais. A valorização dos conhecimentos de caiçaras, camponeses, caboclos e índios, passa por uma revisão da própria comunidade científica em relação à imagem da ciência como a única que detém o poder de indicar os caminhos da conservação. Além disso, os cientistas estão buscando construir um novo cenário teórico e metodológico que possa compreender as comunidades locais o mais próximo possível da lógica delas. Para essas comunidades a natureza é o lugar onde vivem, herdado dos antepassados e sujeito a transformações decorrentes de ações humanas e sobrenaturais, visão que não está baseada na dualidade cultura-natureza que influenciou várias linhas de pensamento conservacionistas.

O diálogo entre o conhecimento científico e o conhecimento dos povos tradicionais aparece como um elemento essencial para a produção de novos conhecimentos e transformação das práticas científicas e políticas de conservação. Porém, como ressaltam muitos especialistas, ao contrário do que pensam alguns conservacionistas, trata-se muito mais de administrar visões e interesses humanos, muitas vezes opostos, do que manejar processos naturais.

O diálogo entre conhecimentos pressupõe diálogo entre seres humanos, e o reconhecimento de que estas comunidades tradicionais apresentam peculiaridades em sua forma de ver o mundo e manifestá-lo na linguagem. A personificação da natureza, ou seja, a atribuição de características ditas humanas a elementos como o mar, vento, plantas faz parte da forma como muitas comunidades sentem e conhecem a natureza e interferem no seu relacionamento com o meio natural.

Nesse contexto, no Brasil, são importantes os conhecimentos tradicionais dos povos que vivem na região do Cerrado. Estão reunidos a seguir alguns exemplo de conhecimentos da medicina tradicional do Cerrado (*):

- Perobinha-do-cerrado - Acosmium dasycarpum (Vog.) Yakov – Fabaceae.
Uso: o chá das folhas é usado como diurético
- Catuaba ou cataúba - Anemopaegma arvense (Vell.) Stell. - Bignoniaceae
Uso: folhas e raízes usadas para aumentar a potência sexual.
- Carqueja, carqueja-folhuda, charruinha – Bacharus trimera (Less.)A.DC. – Asteraceae.
Uso: planta usada como febrífugo e diurético.
- Mamacadela, cerinha – Brosimum gaudichaudii Tréc. – Moraceae
Uso: as raízes fervidas e espremidas são empregadas no combate ao vitiligo.
- Pequizeiro, piqui, pequi-do-cerrado – Caryocar brasiliensis CAmb – Caryocaraceae
Uso: a polpa branca do fruto é usada no combate a gripe e resfriado.
- Espelina-falsa, vagina-do -campo – Clitoria guianensis Benth – Fabaceae
Uso: o chá das raízes e sementes da planta é usado nas cistites e uterites.
- Alcanforreira, pé-de-perdiz, erva-mular, erva-curraleira – Croton antisyphiliticus Mart. – Euphorbiaceae
Uso: o chá das folhas é usado no combate ás doenças venéreas, erupções na pele, úlceras.
- Mangaba – Hancornia speciosa Gómez – Apocynaceae
Uso: a infusão de cascas, em forma de banhos, é usada no combate de dermatoses.
- Capim-gordura, capim-meloso, capim-catingueiro, capim-melado, capim-gordo –
Melinis minutiflora Beauv. – Poaceae
Uso: o chá das raízes e sementes é empregado como diurético e antidiarréico
- Casca-amarela, quineira-branca, quina-do-campo – Strychnos pseudoquina St. Hil. – Loganiaceae
Uso: o chá da casca do caule é usado como antifebrífugo e antimalárico.

Diversidade biológica é a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte. Compreende, ainda, a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas.

A Biodiversidade é uma das propriedades fundamentais da natureza, responsável pelo equilíbrio e estabilidade dos ecossistemas, e fonte de imenso potencial de uso econômico. A biodiversidade é a base das atividades agrícolas, pecuárias, pesqueiras e florestais e, também, a base para a estratégica indústria da biotecnologia.

Luiz Ramos©

Foto: ramosforest©

(*) Fonte: Plantas Medicinais – Josafá Carlos de Siqueira, SJ – Ed. Loyola – São Paulo – 1988.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Bossa Nova e Copacabana - Bossa Nova and Copacabana Beach


Praia de Copacabana
Copacabana Beach

Recordar é bossa atual


Recordar é viver, dizem. E eu vivo.


Hoje eu ouvi o cantor Lúcio Alves, que esteve no auge de sua carreira artística nos anos 50 e 60 e é considerado um dos precursores da Bossa Nova. O texto abaixo surgiu espontâneo após eu ouvir esse cantor em um CD lançado pela Folha, comemorando os 50 anos da Bossa Nova:


Não faça idéias erradas de mim, pois, quando o amor se vai, a gente bebe, chora, mas esquece. Então, a gente sai em busca de outra noite, de um bem querer para dar toda a ternura que se tem para dar.


Assim é que eu quero sair por aí, de mãos dadas com alguém, para ver o sol nascer. E, se me convidarem para sair, podem esperar sentado que eu não vou, pois existem praias lindas para se ver o sol nascer, mas, só em companhia de um bem querer. E nenhuma mais linda que Copacabana.


Ao pôr-do-sol em Copacabana, fica uma saudade na gente, pois, alguém como Você, eu preciso, de novo, encontrar para amar e sonhar. Pois eu sei que, ao terminar o amor, um sonho fica e outro amor eu sempre viverei.


Mas, nunca, assim como Você, pois o amor foi tanto que eu queria dizer para Você voltar. Nem que seja só para Você dizer adeus outra vez...


Salve a música e os românticos brasileiros e do mundo.


Luiz Ramos©

Setembro 2008


Foto: ramosforest©

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