Feliz 2009
Photo:ramosforest(c)
Eu fui à apresentação da Madonna
Em 1993, para acompanhar minha filha adolescente e algumas amigas, eu fui ao Maracanã assistir ao show da cantora Madonna. Foi uma apresentação emocionante e inesquecível. Divertimo-nos a valer.
Este ano, quinze anos depois, quando anunciaram novo show da Madonna, não pensei duas vezes e garanti meu lugar no espetáculo. Ontem, dia 15 de agosto de 2008, fomos, eu, minha mulher e minha filha, assistir ao grande espetáculo que é essa mulher, cantora, empresária e figura eletrizante.
O espetáculo é grandioso em som, luzes e tecnologia. Madonna é a figura atraente e central de um espetáculo que magnetiza mais de 70.000 pessoas durante duas horas de uma apresentação inesquecível em seu Sticky & Sweet 2008 Tour.
A favor ou contra a cantora e o espetáculo, se não for por ideologia ou religião, vale a pena conferir e se entusiasmar de verdade com ela.
Photo: ramosforest/adriramos©
NO TEMPO DA MARIA FUMAÇA
Hoje, 30 de junho de 2007, no Brasil, 43% dos vôos nacionais e internacionais sofreram atrasos. Até o final dos anos de 1950, o interior do Brasil era servido por uma pujante rede de ferrovias. A economia daquela época escoava por todo o país sobre trilhos das estradas de ferro.
As linhas dos trens faziam parte da paisagem da maioria dos municípios brasileiros, transportavam as riquezas e criavam riquezas por onde passavam. No inicio dos anos de 1960, foi decretada a morte, não sempre de modo lento, da malha ferroviária nacional.
Vale recordar que o então Distrito Federal e o então estado do Rio de Janeiro, que hoje formam o estado do Rio de Janeiro, como outros estados da federação, possuíam uma importante rede de comunicação ferroviária. Vejam só:
LINHA AUXILIAR: (*)
A chamada Linha Auxiliar foi construída pela Estrada de Ferro Melhoramentos, a partir de 1892, e, em 1898, foi entregue o trecho entre Mangueira (onde essa linha e a do Centro se separam) e Entre Rios (Três Rios). O traçado da serra, construído em livre aderência e com poucos túneis, foi projetado por Paulo de Frontin, um dos incorporadores da estrada. Em 1903, a E. F. Melhoramentos foi incorporada à Estrada de Ferro Central do Brasil e passou a se chamar Linha Auxiliar.
Ferrovias foram incorporadas a ela, assim como ramais construídos, dando origem à Rede de Viação Fluminense, que tinha como tronco a Linha Auxiliar, sendo tudo gerido pela Central. Na mesma época, o ramal de Porto Novo, que saía de Entre Rios, teve a sua bitola estreitada para métrica e tornou-se a continuação da Linha Auxiliar até Porto Novo, onde se entroncava com a Leopoldina. No final dos anos 1950, este antigo ramal foi incorporado à Estrada de Ferro Leopoldina e a Linha Auxiliar passou a terminar de novo em Três Rios, onde havia baldeação.
A linha, entre o início e a estação de Japeri, onde se encontra com a Linha do Centro pela primeira vez, transformou-se em linha de trens de subúrbios, que operam até hoje; da mesma forma, a linha se confunde com a Linha do Centro entre as estações de Paraíba do Sul e Três Rios, onde, devido à diferença de bitolas entre as duas redes, existe bitola mista. Nos anos 60, toda a linha passou para a Leopoldina. A linha da Auxiliar teve o traçado alterado nos anos 1970 quando boa parte dela foi usada para a linha cargueira Japeri-Arará, entre Costa Barros e Japeri, ativa até hoje, bem como para trens metropolitanos entre o Centro e Costa Barros. Entre Japeri e Três Rios, entretanto, a linha está abandonada já desde 1996.
(*) http://www.estacoesferroviarias.com.br/rj_alfa.htm
Hoje, 30 de junho de 2007, as estações ferroviárias de passageiros do interior, que foram abandonadas após a decisão de se trocar o transporte ferroviário pelo transporte rodoviário e pelo aéreo, viraram museus ou estão destruídas. Além disso, descartou-se o transporte de cabotagem, com todo esse litoral brasileiro.
Atualmente, a economia brasileira escoa por rodovias intransitáveis e os clientes de companhias aéreas se desesperam após horas e dias de espera nos aeroportos por uma viagem de poucas horas. A tecnologia de transporte virou logística, mas a eficiência do setor retrocedeu. Agora, entre Rio e São Paulo, fala-se em “Trem Bala”...
Este meu texto foi publicado em 2007 e, por ainda representar uma coisa do meu Brasil em busca de solução, trago-o para conhecimento de Vocês.
A foto que ilustra esta postagem é de uma das pontes sobre um córrego, em Três Rios, no estado do Rio de Janeiro, na chamada Linha Auxiliar acima referida. Essas obras de engenharia ferroviária, a maioria abandonadas, são vestígios da época de pujança das ferrovias brasileiras e as autoridades têm o dever de preservá-las, por sua história e sua arte.
Foto:ramosforest©
Salvem as cidades do caos.
A ausência de equilíbrio e equidade no desenvolvimento social, principalmente em paises chamados em desenvolvimento, está muito bem representada nas paisagens das cidades. É o caos urbano.
Da crescente concentração da riqueza, assim como do aumento e expansão da linha da pobreza pode-se constatar que, nas áreas urbanas, o desenvolvimento, com seus benefícios e potencialidades econômicas, convive com falta de moradia e pobreza extrema.
Fala-se em consolidação dos assentamentos humanos e distribuição de cidadania, mas, esse desafio passa pela otimização da dinâmica social nas cidades e pela diminuição do índice da pobreza, com base em políticas públicas e gestão urbana com inclusão dos menos favorecidos.
As cidades brasileiras têm problemas fundamentais, como a baixa taxa de investimento em infra-estrutura urbana, nos sistemas de transporte coletivo de massa e em saneamento, resultando em crise na saúde, em educação e surgimento da violência, o que prejudica o desempenho da economia nacional e pode inviabilizar um ciclo de crescimento.
As principais dificuldades enfrentadas para a implementação da política de desenvolvimento urbano encontram-se nos contingenciamentos orçamentários e financeiros dos recursos da União, nas restrições de crédito, nos limites financeiros e na ausência de conscientização do setor empresarial e dos indivíduos. Neste contexto, inclusive sob o aspecto de desenvolvimento regional, o combate à deterioração da paisagem urbana passa pela reformulação do conceito de cidade e por um novo planejamento.
Um exemplo de política pública para alcançar o desenvolvimento sustentável das cidades, baseada na gestão do espaço urbano, é o Estatuto das Cidades, Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001, que regulamenta os artigos. 182 e 183 da Constituição Federal e estabelece diretrizes gerais da política urbana, com o objetivo de ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante diretrizes gerais relacionadas em seu artigo 2º. Dados existentes constatam que 80% da população estará concentrada nas áreas urbanas nos próximos anos, além da produção industrial e a comercialização de bens e serviços, com seus benefícios e seus danos ambientais. O conceito de direito à cidade compreende um ambiente saudável e um bom nível de qualidade de vida.
Uma política urbana deve pautar-se pela conscientização dos conflitos de interesse e da responsabilidade pelos custos ambientais e sociais decorrentes do crescimento. Iniciativas governamentais, empresariais e da cidadania em geral deverão criar novos caminhos, visando o alcance de objetivos essenciais como o aproveitamento sustentável dos recursos naturais, a preservação de bens materiais e imateriais e o combate ao desperdício. A conseqüência imediata será a melhoria da qualidade de vida.
Porém, é preciso que o interesse público e ambiental prevaleça sobre os interesses políticos e pessoais.
Luiz Ramos
Foto: ramosforest©
O cogumelo e a Via Láctea
Para: Madalena Barranco, do blog Flor de Morango
Eu compartilho o meu café da manhã em coador de pano e em fogão de lenha, com meus amigos e, também, com as aves que pousam todos os dias no jardim de minha varanda. E, por último, mas não o último, com o Bruni, o meu cão. Durante todo o dia, amigos e pássaros passam por minha casa para uma visita. Todos eles trazem poesia, crônicas, músicas, cantos, trinados, simplicidade e encantamento.
Eu acordo muito cedo, ao raiar do dia, com os cantos dos pássaros, com a vontade de me comunicar com meus amigos e de pedalar pelos 7.400 metros da Lagoa, antes de ir trabalhar. A lagoa cada dia nos apresenta uma novidade em sua paisagem: sol, gente, aves, chuva, névoa, maré alta, vazante...
Ontem, um encantamento especial aconteceu. Fui despertado mais cedo, com a madrugada teimando para não ceder seu lugar à luz do sol. Ouvi ruídos, não era o meu cão me despertando, nem os pássaros que trinam solicitando sua porção de frutas já costumeiras. Eram ruídos e vozes diferentes, umas, anasaladas; outras, metálicas; outras ainda, aveludadas. Prestei muita atenção e notei que as vozes vinham do meu jardim e fui averiguar o fato.Devo ter feito mais ruído do que o necessário, pois notei que, ao abrir a porta corrediça da varanda, grupos de pequenos seres escapavam da varanda, voando, correndo entre as plantas, ocultando-se nas corolas das flores.
Nessa fuga, levavam consigo todos os apetrechos que, de relance, eu avistei: castelos, carruagens, instrumentos musicais, casas de guloseimas, varinhas mágicas, cavalos alados, tapetes voadores... Porém, na pressa de partirem, para que eu não os visse, eles deixaram no gramado uma casinha de cogumelo. Logo, o sol lançou seus primeiros raios na manhã que surgia no horizonte.
Para os descrédulos, deixo, na fotografia acima, a prova do ocorrido. Não poderei mostrar aos leitores a casinha de cogumelos, pois, aos primeiros raios de sol,a casinha se desintegrou, formando uma nuvem de estrelas que seguiu em direção à Via Láctea.
Luiz Ramos
Foto: ramosforest©