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sábado, 19 de setembro de 2009

À espera de um salvador da pátria ou de um grito coletivo.


Foto(c) de poluição por óleo na Lagoa Rodrigo de Freitas (setembro 2009)
melhor vista ampliada

À espera de um salvador da pátria ou de um grito coletivo.

Nos Evangelhos vemos o milagre da multiplicação dos peixes para alimentar uma multidão. Em nossas cidades vemos a multiplicação dos elementos poluidores para atender algumas pessoas. O que precisamos é de multiplicação de vozes conscientes de suas responsabilidades socioambientais para recuperar o meio ambiente.

Espiritualmente, podemos nos valer de nossas crenças, nossos santos e entidades para nos socorrerem em nossas atribulações. Socialmente, deveríamos poder nos valer de nossos governantes para nos socorrerem em nossas necessidades e direitos à educação, saúde, segurança, habitação e desenvolvimento em geral. Mas, de modo geral, os responsáveis pela administração da “res publica” só conhecem os problemas de suas comunidades antes das eleições para os cargos públicos, no executivo e no legislativo. Do mesmo modo, o judiciário, tem vivido voltado para dentro de suas próprias estruturas corporativas e os processos judiciais se arrastam por anos intermináveis, punindo, com o tempo, o cidadão comum.

A multiplicação de vozes conscientes de suas responsabilidades socioambientais dependerá de um milagre? Creio que há um ensinamento de fundo religioso que nos ensina: faz por onde que Eu o ajudarei. Pessoalmente, eu creio que esse ensinamento também é válido: busque seus direitos, conheça seus deveres e os resultados acontecerão como o esperado. Mas é preciso muita luta, persistência e espírito publico para manter esse ideal.

Ontem vi na mídia que as estatísticas mais recentes demonstram o desenvolvimento do nosso país e que em pouco tempo seremos “o terceiro, o quarto ou o quinto país mais desenvolvido” (sic). Em que será que se baseiam os estatísticos e as autoridades para chegarem a essas conclusões? Será no milagre da multiplicação dos peixes? Será nas políticas públicas desenvolvidas para melhoria da educação, da saúde, da segurança, da habitação e do desenvolvimento em geral?

Meio ambiente compreende a natureza, seus elementos e o homem. O desenvolvimento compreende o uso da natureza e seus elementos pelo homem, para a multiplicação de seus bens. Porém, o desenvolvimento racional só será alcançado com uma real consciência socioambiental e sustentável.

Desse modo, não dá para entender por que o homem polui o ar, as águas, o solo. Não dá para compreender por que uma comunidade lança seus dejetos em um curso d´água – para garantir seu conforto pessoal; uma associação lança inseticida sobre área de preservação de modo arbitrário - para resguardar seus associados do mosquito da dengue. Sem falar das atividades industriais. E, por que as autoridades competentes não tomam as devidas providências a respeito desses ataques à natureza e à coletividade? Uma muralha burocrática se interpõe aos interesses coletivos e corporativos.

Desde os anos 1980, o Brasil tem leis específicas sobre proteção do meio ambiente, mas, até hoje, não são usados os meios efetivos para coibir atos de vandalismo contra a natureza e tampouco para resguardar os interesses coletivos. O que precisamos é de multiplicação de vozes conscientes de suas responsabilidades socioambientais para defender e recuperar o meio ambiente.

Luiz Ramos © 2009.

Foto: ramosforest©

2 comentários:

OLHAR CIDADÃO disse...

Prezado Luiz

Boa tarde

O 007BONDeblog está hoje com uma matéria sobre os outros blogs parceiros.

Estou visitando e apresentando o tema postado em cada blog, com um convite a que venham fazer uma visita.

Um fraterno abraço

joyce disse...

Questões muito bem colocadas. Parabéns.

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