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domingo, 28 de fevereiro de 2010

Minha cidade


Foto(c) "Jardim Velho" - Paraíba do Sul

Atendendo ao chamado da Luma, do blog Luz de Luma, yes party!, deixo aqui o meu texto sobre minha cidade natal:


“Há algum tempo que a escravidão acabou e o regime republicano substituiu a monarquia, porém, muito pouco mudou na vila de Paraíba do Sul. Na verdade, parece que a agora cidade tinha mais vocação para a monarquia, visto que a onda de progresso econômico e cultural notado nos anos do meio do século já mostra sinais de decadência. Antes, a vila era ponto de atração para advogados, pintores, médicos e artistas de teatro, inclusive os estrangeiros que vinham por estas terras a convite do Imperador. Cientistas, artistas e pintores se instalavam nas fazendas sob os auspícios do Imperador que incentivava as artes e as ciências. O caminho para Minas fazia da vila um importante ponto de ligação entre as riquezas das Minas Gerais e a Corte. Um teatro existe, um jardim foi erguido próximo aos Hotéis da Barreira e Universal. Um jardim, com palmeiras, esculturas clássicas em mármore e desenho europeu, foi projetado na Vila.”(*)

Hoje, fevereiro de 2010, 150 anos depois do surgimento da cidade de Paraíba do Sul, no estado do Rio de Janeiro, as ruas da minha cidade natal estão desfiguradas pela modernidade, casarios antigos foram derrubados, mansões imponentes deram lugar a supermercados, monumentos a figuras desconhecidas pelo seu povo foram erguidos, ruas de paralelepípedos se transformaram em asfalto, que impermeabilizou o solo e o senso estético do cidadão.


Luiz Ramos da Silva Filho© 28 de fevereiro de 2010


(*)Trecho do conto “Além dos Rios da Vida”, de Luiz Ramos da Silva Filho ©, ainda não publicado.

Foto:ramosforest©

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Lagoa (des)encantada




A Lagoa Rodrigo de Freitas está repleta de peixes mortos por algum elemento estranho ao seu meio natural.
Será que as autoridades sabem explicar as causas da mortandade de peixes?
E como está o serviço de despoluição da Lagoa Rodrigo de Freitas?

Fotos:ramosforest(c)

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Lagoa encantada



Lagoa Encantada

Na Lagoa, um ar de magia
Claro e escuro criam o ambiente.
É verão, mas a noite é fria
Encantamento toma o ar, de repente.

Próximos, nem veículos são notados.
Sensação de maravilha e sonhos
Na água, luzes e entes refletidos,
O Corcovado e duendes risonhos.

No céu resplandece a Láctea Via,
Espelhada na lâmina d’água escura
Estrelas mergulham, a fazer companhia
Às coloridas luzes, plenas de doçura.

Luiz Ramos ©2009

Foto:ramosforest(c)

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Reflexão


Reflexão

“Com efeito, ser o único a viver em prazeres e delícias, tendo ao redor pessoas que gemem e se lamentam, não é ser rei, é ser um guarda de prisão. Enfim, é um médico muito ruim aquele que não sabe curar uma doença a não ser infligindo outra. Outrossim, um rei que só consegue manter seus súditos no dever privando-os do que faz a vida agradável, que esse rei reconheça sua incapacidade de governar homens livres, ou, melhor ainda, que se corrija de sua preguiça e de seu orgulho, pois geralmente é por causa desses dois defeitos que ele é desprezado ou odiado por seu povo; que ele viva de seu domínio pessoal, sem fazer mal a ninguém; que regule seus gastos em função de seus rendimentos; que refreie o mal prevenindo os crimes através dos bons princípios que terá dado a seu povo, e não punindo-os após tê-los deixado proliferar; que não restabeleça arbitrariamente leis caídas em desuso, sobretudo as que ninguém deseja ver exumadas de um longo esquecimento; que jamais, sob pretexto de castigar um delito, se atribua bens que um juiz recusaria a um homem particular, pois o confisco seria tachado de fraude e de injustiça... “

“E jamais ter em seus cofres mais de mil peças de ouro ou o equivalente em dinheiro.”

(A Utopia – Tomás Morus – pág. 53 - trad. Paulo Neves - ed L&PM – Porto Alegre – 2006)

Foto: ramosforest©

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Natural - poesia


Natural

Aguarda tranquilo,
Predador e caça.
Aguarda alimento,
Tranquilo.
Será caçado.

A natureza segue,
Predador e caça
Tranquilo,
Em vôo sereno.

Luiz Ramos© 2007

Foto:ramosforest(c)

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Engenho e arte.


Parece que eu nada sei.

Ou que esqueci o que sabia.


Luiz Ramos©

Photo:ramosforest(c)


Sonetos

Luis Vaz de Camões (*)


Eu cantarei de amor tão docemente,

por uns termos em si tão concertados

que dous mil acidentes namorados

faça sentir ao peito que me sente.


Farei que amor a todos avivente,

pintando mil segredos delicados,

brandas iras, suspiros magoados,

temerosa ousadia e pena ausente.


Também, Senhora, do desprezo honesto

de vossa vista branda e rigorosa

contentar-me-ei dizendo a menos parte.


Porém, para cantar de vosso gesto

a composição alta e milagrosa,

aqui falta saber, engenho e arte.


(*)Sonetos de Camões – Izeti F. Torralvo e Carlos C. Minchillo –Ateliê Editorial – 4º ed. - São Paulo - 2007

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