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domingo, 15 de novembro de 2009

Mil contos e mil e quinhentos caracteres


Mil contos e 1500 caracteres.
O branco e a negra.


Um conto de réis era muito dinheiro. Com mil contos de réis meu bisavô comprou uma fazenda com uma porção de alqueires e não sei quantas cabeças de gado. Lembro-me, quando criança, eu visitava aquela antiga casa de fazenda construída por portugueses vindos da Terrinha por volta de 1850.

A sede da fazenda era construída sobre alicerces de pedra a uma altura de dois metros. A construção destacava-se, imponente, com os seus vinte quartos, três salas de banho, três salas sociais - uma de refeição, outra para recepções e uma terceira para reuniões menores com um belo altar em madeira de lei, além de duas cozinhas. Toda a construção era em forma retangular com um centro em vão livre e ocupado, no solo, por animais, empregados e agregados em afazeres diários.

Meu bisavô tinha quatro filhos e três filhas do seu primeiro casamento, do qual eu sou descendente. E mais duas filhas e um filho do seu segundo casamento, além de um filho que ele teve com uma empregada da fazenda, de cor negra, durante o seu segundo enlace oficial.

- Meus filhos terão minha herança, resultado de meu suor. Mas, precisam trabalhar a terra para saber o valor dos seus bens - dizia aquele homem rude, mas sábio em seus atos e palavras.

Atualmente, quando passo pela região da fazenda do meu bisavô, eu não vejo mais sinais da imponência da sede de fazenda e tampouco aquela enorme propriedade rural. Tudo foi vendido e transformado em uma próspera cidade do interior do estado do Rio de Janeiro.

Luiz Ramos©

PS. – O meu desafio foi escrever um conto em 1500 caracteres. Posteriormente este texto foi publicado como miniconto com cerca de trezentos caracteres.

Foto: ramosforest©

7 comentários:

Brown Eyes disse...

recordações de uma vida

Lala disse...

Recordações... sim! Imaginei-me...! Uma bela viagem! Parabéns Luís!

Unknown disse...

Independentemente dos caracteres e dos carácteres, as modificações são enormes, a saudade é grande, e o talento também. Um grande abraço, meu amigo.

Ginger disse...

Também sinto muita nostalgia ao olhar para as casas que foram em tempos da minha infância. =)

*

Sena do Aragão disse...

Olá Amgo,

Ontem, para uma amiga, apontei a rua onde morei quando eu era criança. Passamos de carro na estrada onde um dia o mato reinava.
É sempre bom ter agradável lembranças.

A propósito, gostei da imagem.
Na minha sala tem uma janela.
Da minha janela há uma vista para um muro.
Neste muro o Sol cria sombra entre as rochas e o vento baila com as folhas que ficam próximas.
A imagem me fez lembrar...

Um ótimo Fim de Semana!

Abraços!

Salete Cardozo Cochinsky disse...

Vive-se a vida em tantos tempos
em tantas vidas/pais/filhos/netos/bisnetos e seus sucessores, história de amores a serem preservadas.
Parabéns Luiz, saudades amigo
Um abraço

abueloscrisytoño disse...

Eran otros tiempos. ¿Es cierta la historia? Una hacienda estupenda, debía ser una casa magnifica, seria estupendo encontrar alguna foto.
Tengo poco tiempo para pasar y contestar per no me olvido
Saludos A.Cris

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