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sábado, 1 de maio de 2010

Noite escura


Angústia (*)


Olho. Nada vejo,

No tempo, que me anime.

Presente, turvo, negro.

Passado, perdido, distante.

Futuro, incerto, amargo.


Olho. Vejo nuvens negras,

No tempo, que me deprimem

Presente. Curvo-me ao desespero.

Passado. Nem sei onde fica.

Futuro. Convicção de tristeza.


O que virá após essa noite?

Para onde irei nessa escuridão?

O horizonte se põe mais negro

As horas perdem sentido.

Haverá amanhã? Amanhã?


Luiz Ramos© 2008


Foto: ramosforest©


(*) publicado em 2008 no extinto Globoonliners

3 comentários:

Tere Tavares disse...

Haverá manhã, ainda que invisível. O amanhã sabe nascer e renascer infindavelmente.
Abraços

Anônimo disse...

Poema denso carregado de incertezas em versos maravilhosos!!

Unknown disse...

Não há nada que indique um amanhã diferente do hoje.
Mas se elevarmos a visão para além do horizonte, veremos que, apesar de tudo, apesar de todos, há que renascer.
Sendo assim, vivamos o momento, são poucos milhares de anos, desde os quatorze bilhões do início. Deixamos a semente e gozamos o prazer do verso. Meus parabéns, a sua veia despeja poesia para nós outros. Abraços.

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