Angústia (*)
Olho. Nada vejo,
No tempo, que me anime.
Presente, turvo, negro.
Passado, perdido, distante.
Futuro, incerto, amargo.
Olho. Vejo nuvens negras,
No tempo, que me deprimem
Presente. Curvo-me ao desespero.
Passado. Nem sei onde fica.
Futuro. Convicção de tristeza.
O que virá após essa noite?
Para onde irei nessa escuridão?
O horizonte se põe mais negro
As horas perdem sentido.
Haverá amanhã? Amanhã?
Luiz Ramos© 2008
(*) publicado em 2008 no extinto Globoonliners
3 comentários:
Haverá manhã, ainda que invisível. O amanhã sabe nascer e renascer infindavelmente.
Abraços
Poema denso carregado de incertezas em versos maravilhosos!!
Não há nada que indique um amanhã diferente do hoje.
Mas se elevarmos a visão para além do horizonte, veremos que, apesar de tudo, apesar de todos, há que renascer.
Sendo assim, vivamos o momento, são poucos milhares de anos, desde os quatorze bilhões do início. Deixamos a semente e gozamos o prazer do verso. Meus parabéns, a sua veia despeja poesia para nós outros. Abraços.
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